segunda-feira, 29 de abril de 2013

Governo reduz PIS/Cofins para indústria química para 1%


O governo federal anunciou nesta terça-feira a redução de tributos para o setor químico nacional, buscando reforçar a indústria que vem enfrentando a concorrência dos Estados Unidos e acumula déficit comercial de quase 30 bilhões de dólares nos últimos 12 meses.
A alíquota de PIS/Cofins incidente sobre as matérias-primas da indústria química, como nafta e propano, foi reduzida de 5,6 por cento para 1 por cento, e o benefício fiscal foi ampliado para a chamada indústria de segunda geração.
"Queremos viabilizar o crescimento e competitividade (do setor) e isso implica redução de custos", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta terça-feira, em entrevista para anunciar as medidas de apoio ao setor. Mantega também anunciou incentivos para o setor sucroalcooleiro.
O setor petroquímico acumula déficit comercial de 29,1 bilhões de dólares no período de 12 meses encerrado em março, de acordo com dados da associação que representa o setor, a Abiquim.
Com redução das alíquotas do PIS/Cofins, as empresas químicas gerarão um crédito tributário de 8,25 por cento na compra dos insumos. Esse percentual valerá até 2015, e a partir de 2016 passa a cair gradualmente até voltar, em 2018, para o atual patamar de 3,65 por cento.
As medidas do governo afetam diretamente os portfólios de segunda geração de insumos de petroquímicas como Braskem, que produz resinas termoplásticas, PVC e polipropileno, entre outros produtos, e a Oxiteno, da Ultrapar, grande fabricante de óxido de eteno e derivados.
Com a redução da alíquota de PIS/Cofins e a inclusão da segunda geração de insumos à lista, a desoneração prevista pelo governo com a medida é estimada em 1,1 bilhão de reais em 2013, ante 670 milhões de reais ao ano atualmente.
Às 16h48, a ação preferencial da Braskem disparava 8,10 por cento, a 16,15 reais, enquanto o Ibovespa subia 1,08 por cento. O papel ordinário da Ultrapar avançava 1,63 por cento, a 54,09 reais.
A Braskem não retornou pedidos por comentários, ao passo que representantes da Oxiteno não foram encontrados para se pronunciar sobre o assunto.
(Por Alonso Soto; Reportagem adicional de Sérgio Spagnuolo, no Rio de Janeiro) 

segunda-feira, 9 de julho de 2012

REFINO DO PETRÓLEO!!!

Esquemas de produção no refino de petróleo
Fonte: SRP


 
Este fluxograma demonstra a primeira etapa empregada nos esquemas de refino de petróleo. É a destilação atmosférica, também chamada de destilação direta, que promove a separação dos derivados leves e médios existentes no petróleo. Modernamente, tornou-se muito difícil de ser adotada como configuração única, pois não apresenta nenhuma flexibilidade tanto para mudanças eventuais no perfil de produção (a única possibilidade é a troca de petróleo) quanto para atendimento de requisitos mais restritivos de qualidade de produtos (o que pode não ser resolvido apenas por seleção de crus).




 
Este fluxograma apresenta uma configuração mais avançada. À separação primária inicial do esquema anterior acrescenta-se uma destilação a vácuo para produzir cortes de gasóleos que alimentam um processo de craqueamento catalítico fluido (FCC). Neste último duas correntes nobres são geradas: o GLP e a gasolina, sendo esta de qualidade intrínseca (octanagem) superior à obtida na destilação direta. Trata-se de um esquema de refino bem mais flexível, embora, modernamente, possa, também, apresentar dificuldades para enquadramento de produtos em especificações mais rigorosas.





Este esquema de produção é ainda mais flexível e rentável, por incorporar ao anterior o processo de coqueamento que transforma uma fração de menor valor (resíduo de vácuo) em produtos mais nobres (GLP, gasolina, nafta e óleo diesel), embora, na presente configuração, a nafta e o óleo diesel não estejam sendo ofertados, por necessitarem de tratamento dadas suas características de instabilidade. A fração geradora de óleo diesel está incorporada à carga do FCC. Uma possível desvantagem dessa configuração é a geração de coque, que, entretanto, dependendo de localização, facilidades de escoamento e de aspectos de mercado pode não ser um problema.








Este esquema de produção é, seguramente, o mais flexível e moderno de todos por incorporar à configuração anterior o processo de hidrotratamento de frações médias geradas no coqueamento, possibilitando o aumento da oferta de óleo diesel de boa qualidade. Este esquema permite um maior equilíbrio na oferta de gasolina e de óleo diesel de uma refinaria, pois desloca parte da carga que ia do coqueamento para o FCC (processo marcantemente produtor de gasolina) e a envia para o hidrotratamento, gerando, então, mais óleo diesel e menos gasolina que as configurações anteriores.

 
Retirado: http://www.anp.gov.br

quarta-feira, 27 de junho de 2012

SERVIÇOS DE QUÍMICO!!!

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PROGRAMA
“OLHO VIVO NA ESTRADA” A PREVENÇÃO DE COMPORTAMENTOS INSEGUROS NAS ESTRADAS

O programa “Olho vivo na estrada”, instituído pela Abiquim em parceria com a Abiclor, tem como objetivo prevenir atitudes inseguras no transporte de produtos perigosos por meio da conscientização dos motoristas. O “Olho vivo na estrada” é parte de um sistema de gerenciamento de riscos. A meta do programa é a redução a zero no número de acidentes nas estradas com produtos químicos.
O conceito básico do programa é de que, antes de um grande acidente, ocorreram várias pequenas falhas nos equipamentos ou nas operações de transporte que não foram comunicadas à empresa. O “Olho Vivo na Estrada” incentiva o motorista a relatar essas ocorrências, possibilitando a adoção de ações preventivas ou corretivas. O programa tem como base modelo desenvolvido e aplicado pela Dow Brasil. Um projeto piloto implementado pela empresa reduziu os acidentes classificados como sérios de cinco, em 2001, para zero ao final de 2004.
O programa “Olho vivo na estrada” tem o apoio da Associquim – Associação Brasileira do Comércio de Produtos Químicos, da NTC – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, da ABTLP – Associação Brasileira do Transporte e Logística de Produtos Perigosos, da Fetcesp – Federação dos Transportadores de Carga do Estado de São Paulo e do Setcesp – Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Estado de São Paulo. O treinamento dos motoristas profissionais é ministrado pelo Sest/Senat.
 

O Gerenciamento de Risco no Transporte Rodoviário

Durante o século XX, o mundo foi marcado por diversos acidentes de grande impacto envolvendo indústrias, processos de fabricação, manuseio e distribuição. Esses acidentes resultaram na eliminação de negócios e na reestruturação de empresas.
Um único acidente com produto químico pode gerar a perda de vidas e causar um forte impacto sobre o meio ambiente, exigindo décadas para a sua recuperação.
O grande desafio do século XXI consiste em definir como as organizações industriais irão garantir a sustentatibilidade de seus negócios. Um sistema de gerenciamento de riscos que leve as organizações a uma condição ideal próxima ao “nível zero em acidentes”, inclusive na distribuição, é elemento essencial da resposta a esse desafio.
Em linhas gerais, os acidentes no transporte rodoviário podem ter diferentes causas, singulares ou combinadas, tais como :
•  Problemas tecnológicos, como unidades de transporte sem manutenção adequada ou muito velhos;
•  Problemas de infra-estrutura, tais como rodovias mal sinalizadas, mal conservadas ou com falhas estruturais de pavimentação;
•  Problemas com procedimentos e regulamentações, como aplicação inadequada das legislações e dos procedimentos de gestão;
•  Problemas de falhas humanas, como comportamentos inadequados levando a riscos desnecessários por diferentes motivos, incluindo a falta de treinamento ou falta de profissionalismo etc.
O comportamento humano passa a ser o item mais crítico para a diminuição de riscos de acidentes, o que exige sistemas de análise sobre como os funcionários desempenham suas tarefas.
O programa “ Olho Vivo na Estrada ” é parte de um sistema de gerenciamento de risco para a redução de acidentes, com foco no comportamento humano.
A velocidade de resposta em relação a resultados positivos é maior quando as empresas apresentam, no mínimo, a etapa de implementação de melhorias tecnológicas e de procedimentos passíveis de avaliações de auditorias, como o SASSMAQ no Brasil.
A melhoria contínua do programa e seu sucesso estão na comunicação aberta entre todos os envolvidos no transporte rodoviário, como produtores, transportadores e clientes. Mas, acima de tudo, o fundamental éSaber ouvir aquele que é o embaixador do produto químico : O MOTORISTA OLHO VIVO NA ESTRADA.

O Nível Zero de Acidente O sistema de gerenciamento de risco apresentado indica que acidentes são reduzidos com a implementação de tecnologias mais avançadas, seguido, então, da implementação de leis e procedimentos. Mesmo com procedimentos corretos e um sistema de gerenciamento de segurança excelente, os índices de acidentes tendem a ficar os mesmos, a menos que o homem mude seu comportamento.
O sistema de gerenciamento de risco inclui o programa " Olho Vivo na Estrada ” que considera o “homem e sua atitude”, mostrando uma metodologia de conscientização dos motoristas quanto aos riscos do transporte e como isto afeta o comportamento do dia-a-dia e os resultados dos acidentes.
Define-se acidente no transporte rodoviário como o evento não planejado que ocorre durante a movimentação rodoviária de um produto, classificado ou não como perigoso, embalado ou a granel, e que ocasione perdas materiais ou pessoais e ou danos ao meio ambiente e, consequentemente, à imagem do produto ou da indústria.
Esses acidentes podem ser divididos em acidentes menores, quase acidentes ou acidentes sérios. (Ref.: Indicadores e Definição de acidentes: www.abiquim.org.br )
O programa “Olho Vivo na Estrada”: um modelo de melhoria contínua em comportamento na rodovia visa previnir atitudes inseguras e atingir o nível zero em acidentes sérios.
 O princípio do iceberg, apresentado na figura a seguir, mostra que acidentes sérios são na verdade uma evolução de acidentes menores no tempo ou mesmo a junção de vários acidentes menores. A análise de um acidente sério, em geral, revela uma série de incidentes menores, não corrigidos devidamente. Portanto, a eliminação dos riscos de acidentes sérios exige a investigação, correção e implementação de ações preventivas para os acidentes pequenos. Ao ser eliminada a ocorrência de acidentes pequenos, a probabilidade de ocorrência de acidentes sérios é bastante reduzida.
Como viabilizá-lo na prática?
Ocorrem entre 50 a 100 acidentes menores para cada acidente sério. O segredo é manter a atenção sobre esses acidentes menores. Considerá-los importantes, mesmo que suas conseqüências sejam menores, é o segredo da prevenção.
É aí que entra o conceito do “BBP”: “ Behavior Based Program” ou “Programa Olho Vivo na Estrada”.
O princípio do iceberg
Avaliações de acidentes ocorridos na indústria mostram que 90% ocorrem devido a falhas humanas, por motivos os mais variados, mas que no fundo envolvem um problema comportamental.

Etapa I: Análise dos Acidentes Ocorridos

(Responsabilidade: Indústria e/ou Transportadora)

1. Definir a equipe que irá avaliar os acidentes
2. Identificar todos os acidentes
3. Avaliar causas “reais” em conjunto com a transportadora
4. Classificaros acidentes em sérios ou pequenos/quase acidentes
5. Elaborar o g ráfico iceberg ( número de sérios e de menores)
6. Análisaro gráfico iceberg: acidentes menores estão sendo reportados e investigados?
7. Estabelecer os planos de ação:
  • Tecnologia e Procedimentos => SASSMAQ
  • Comportamento => Olho Vivo na Estrada

Etapa II: Conscientização da Gerência da Transportadora

(Responsabilidade: Indústria)

1. Nomear o coordenador do Programa dentro da indústria
2. Reunir-se com a Gerência das Transportadoras:
  • Apresentação do programa Olho Vivo na Estrada evidenciando:
    • o entendimento? de acidentes pequenos / sérios
    • a importância de o motorista identificar comportamentos inseguros
    • a importância de o motorista escalonar as condições inseguras no cliente, na estrada e na indústria
  • Quando possível, apresentaros resultados da avaliação de acidentes (Etapa I)
3. Definir? Responsabilidades:
  • Transportadoras: ações para a solução dos problemas de comportamento
  • Indústria: ações para a resolução dos problemas no cliente / indústria
4. Elaborar? o cronograma de implantação do Programa
A indústria deve sempre designar uma pessoa ou representante que será o canal de comunicação para reportar situações inseguras ou estabelecer o escalonamento quando necessário

Etapa III: Treinamento dos Motoristas no SEST/SENAT

(Responsabilidade: Transportadora)
1. Enviar os motoristas ao SEST/SENAT para treinamento.
2. Nível gerencial da Transportadora deve participar deste treinamento.
3. Objetivos do treinamento no SEST/SENAT:
  • entender o que são acidentes pequenos ou quase acidentes
  • entender que o acidente pequeno deve ser reportado e investigado
  • observar todos os eventos
  • listar os comportamentos críticos na rodovia
  • esclarecer o uso do check-list de observações na rodovia:
  • não identificar nome de motorista e nome da transportadora – “Não é dedo duro”
4. Recomendada a reciclagem a cada dois anos 

A - Coleta e observação dos comportamentos críticos que ocorrem na estrada nas viagens diárias

Responsabilidade: Transportadora

1. Comportamentos críticos definidos
  • Velocidade acima do limite
  • Velocidade inadequada para o trecho
  • Velocidade menor que a mínima aceitável
  • Não respeitar a sinalização
  • Sono, cansaço e falta de atenção
  • Dirigir sem cinto de segurança
  • Não deixar distância segura do veículo da frente
  • Dirigir agressivamente/imprudentemente
  • Ultrapassagens inseguras ou em locais inadequados
  • Amarração inadequada da carga – embalados
  • Outros
2. Formulário de coleta de observações

B - Melhoria de comportamento: avaliação das observações e acidentes menores e elaboração de planos de ação

Responsabilidade: Transportadora

  1. Consolidar os resultados e apresentá-los à indústria periodicamente
  2. Selecionar cinco comportamentos críticos mais freqüentes
  3. Avaliar os resultados e definir a implementação de planos de ação de melhorias
    • identificar antecedentes e fatores que estão incentivando os comportamentos inseguros dos motoristas e suas consequências.
    • estabelecer planos para eliminá-los, de forma a desestimular comportamentos inseguros.
Esta análise é muito particular de cada empresa, pois depende de sua política organizacional e gerencial
Etapa V: Monitoração e Avaliação da Melhoria de Performance: realimentação do programa
Responsabilidade: Indústria e Transportadora
1. Indústria monitora a implementação
2. Realiza reuniões periódicas :
  • A transportadora apresenta
    • os acidentes,
    • o iceberg e os resultados das investigações.
    • os planos de ação de melhorias
  • A indústria apresenta
    • os acidentes e o desempenho
    • a comunicação e o escalonamento de situações inseguras nas instalações de carga/descarga.
    • planos de ação de melhorias necessárias 

Conclusão

O programa Atuação Responsável no Brasil é um compromisso das indústrias químicas associadas à Abiquim e representa uma ética de negócios com o objetivo de e levar o respeito e a confiança do público na indústria química, por meio de um processo de melhoria contínua em saúde, segurança, meio ambiente e sustentabilidade empresarial.
O programa “Olho Vivo na Estrada” é parte do trabalho realizado pela indústria química visando a melhoria contínua em todas as etapas da cadeia produtiva. Sem o comprometimento do motorista, sem a mudança cultural no dia-a-dia, dificilmente a empresa obterá sucesso na diminuição efetiva de acidentes.
É essencial o respeito ao desempenho e ao valor dos motoristas que transportam produtos químicos. A preservação da imagem do produto químico também depende do profissionalismo dos motoristas.

Sucesso de comprometimento:

O programa “Olho Vivo na Estrada” foi desenvolvido e adaptado às condições brasileiras por transportadoras e motoristas.

Foram os motoristas que escolheram o nome do programa e um dos participantes criou o logotipo do “Olho Vivo na Estrada”.

Várias transportadoras que aderiram ao programa já conseguiram atingir a meta zero de acidentes sérios. O desafio agora é fazer com que essa meta seja alcançada e mantida por um número crescente de transportadoras.
A monitoração e a avaliação da melhoria de desempenho é fundamental para que esses objetivos sejam atingidos pela indústria e pelas transportadoras.


sexta-feira, 22 de junho de 2012

PRODUTOS PARA SUBSTITUIR O PETRÓLEO!!!


Florestas imbatíveis

Suzano investe em energia e produtos para substituir derivados de petróleo
DINORAH ERENO | Edição 196 - Junho de 2012
© LÉO RAMOS
Fábio Carucci Figliolino (à direita) e sua equipe da área de pesquisa industrial
A empresa Suzano, pioneira na fabricação de papel e celulose a partir do eucalipto, investe em várias frentes de pesquisa simultaneamente na busca de inovações. “Em parceria com uma universidade europeia, desenvolvemos um polímero à base de lignina para diversas aplicações no mercado”, diz o engenheiro químico Fábio Carucci Figliolino, de 52 anos, gerente executivo da área de pesquisa industrial da Suzano, que resguarda todos os detalhes da novidade. A lignina é um polímero orgânico responsável pela rigidez da parede celular das plantas. Com a Universidade de Nova Lisboa, de Portugal, e a Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, a empresa fez um transistor de papel para uso em embalagens. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é parceira em vários projetos, entre os quais o desenvolvimento de um novo filme para embalagens à base de um polímero natural que promove barreira à gordura.
Em colaboração com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, e instituições internacionais, a Suzano está à frente do projeto Lignodeco (abreviatura de Lignocellulose Deconstruction), que tem como objetivo desenvolver tecnologias para o pré-tratamento da biomassa proveniente da madeira do eucalipto e suas potenciais aplicações, como biocombustíveis e produtos químicos de origem orgânica. O projeto foi escolhido entre 263 trabalhos apresentados por pesquisadores do mundo todo no 7º Programa Quadro (FP7 – Framework Program), principal instrumento de financiamento utilizado pela União Europeia para apoiar atividades de pesquisa e desenvolvimento. Com recursos de € 5 milhões, o projeto é desenvolvido desde 2010 em colaboração entre o Laboratório de Celulose e Papel da UFV, a Suzano, o Centro de Investigações Biológicas (CIB) de Madri, o Instituto de Recursos Naturais e Agrobiologia de Sevilha (Irnas), o Centro de Pesquisas Técnicas da Finlândia (VTT), a empresa dinamarquesa Novozymes, maior produtora de enzimas do mundo, e o Centro Técnico do Papel (CTP), na França. “São mais de 20 pesquisadores envolvidos no projeto, todos com mestrado ou doutorado”, diz o engenheiro florestal Augusto Fernandes Milanez, de 62 anos, consultor de projetos na área de pesquisa industrial da Suzano e coordenador do Lignodeco.
A área de pesquisa, desenvolvimento e inovação da empresa, segunda maior produtora mundial de celulose de eucalipto com sede na cidade de São Paulo, se ramifica em duas: pesquisa industrial e florestal. São 99 pesquisadores internos com formações diversas, entre biólogos, engenheiros florestais, agrônomos, químicos, engenheiros de materiais, dos quais 50 são graduados, 8 têm mestrado e 5 têm doutorado, além dos técnicos químicos. Em 2011, a empresa produziu 1,8 milhão de toneladas de celulose e 1,3 milhão de toneladas de papel.  A receita líquida foi de R$ 4,8 bilhões, crescimento de 7,4% em relação a 2010.  “O orçamento em P&D da pesquisa industrial e florestal é de R$ 30 milhões por ano, sem contar os investimentos”, diz Carucci.
© LÉO RAMOS
Equipamento para testar papel na Suzano
Entre esses investimentos está, por exemplo, a compra da empresa de biotecnologia israelense Futura Gene em 2011. “A transformação genética do eucalipto fará com que ele precise de menos terra e água para produzir celulose e um menor custo.” A empresa tem laboratórios de pesquisa em Israel, Brasil e China e está presente nos Estados Unidos. Além de ser um grande mercado consumidor de celulose, a China se insere na política da Suzano de produção de árvores específicas para clientes de vários lugares do mundo. No Brasil, a empresa de biotecnologia tem sede em Itapetininga, no interior paulista, local onde existia um centro de pesquisa florestal e melhoramento genético da Suzano. “A Futura Gene faz modificações genéticas nas nossas variedades de eucalipto”, relata Milanez. Plantas geneticamente modificadas estão sendo avaliadas em experimentos controlados.
O investimento em biotecnologia faz parte de um plano de crescimento da empresa – arquitetado para um horizonte de 10 a 15 anos e apoiado em projetos inovadores e na atuação em novas frentes que incluem biorrefinarias e energia renovável, além de papel e celulose. Um projeto piloto de biorrefinaria de extração de lignina a partir do licor negro – resultante do processo de cozimento da madeira – está em operação em Limeira, no interior paulista, com capacidade de produção de uma tonelada por dia. Presente em cerca de 25% da madeira de eucalipto, a lignina pode ser usada tanto para geração de energia utilizada nos processos de fabricação de celulose e papel como na produção de insumos químicos em substituição aos derivados de petróleo.
“Buscamos a sua utilização em vários produtos, para substituir desde compósitos para o asfalto até petroquímicos em geral”, relata Milanez. “Nos testes feitos, identificamos na lignina do eucalipto 18 mil substâncias químicas que também são encontradas no petróleo.” O petróleo tem cerca de 32 mil compostos químicos. Os desafios tecnológicos para a operação da biorrefinaria em escala industrial ainda estão em fase de ajustes, mas as pesquisas conduzidas mostram potencial uso dos produtos extraídos da lignina principalmente na construção civil como componente do concreto e do cimento. “Da mesma forma que a refinaria de petróleo separa as suas frações e vai agregando valor a cada uma delas, a biorrefinaria transforma a biomassa em produtos de maior valor agregado”, diz Milanez, que há 35 anos, desde que terminou o mestrado em ciências florestais na UFV, trabalha na área de papel e celulose. Começou sua carreira em outras empresas do setor e desde 1994 está na Suzano. A ideia do projeto de extração da lignina nasceu em 2007, durante uma visita feita pelo consultor a uma biorrefinaria na Suécia, quando participava de um congresso sobre o tema.
© LÉO RAMOS
Licor negro usado para extração de lignina
“A planta-piloto tem tecnologia nossa, mas fornecedores nacionais nos ajudaram nesse processo”, diz Vinicius Lobosco, de 39 anos, engenheiro químico formado pela Escola Politécnica da USP e responsável pelo projeto de extração da lignina. Após terminar a graduação, Lobosco fez mestrado e doutorado no  Instituto Real de Tecnologia em Estocolmo, na Suécia. “Era contratado do Innventia,  renomado instituto de pesquisa em papel e celulose, e fazia o doutorado na universidade”, diz. Após 12 anos, decidiu voltar para o Brasil. Trabalhou em outra empresa do setor durante um ano e meio, mas se encantou com as possibilidades oferecidas pela Suzano em pesquisa, inovação e, principalmente, empreendedorismo.
O pesquisador Sérgio Saraiva, de 33 anos e há dois na empresa, trabalha com novas aplicações da lignina e faz a interface do projeto da biorrefinaria com universidades e institutos de pesquisas nacionais e internacionais. Saraiva formou-se em química na USP, fez mestrado em química orgânica na Unicamp, onde faz atualmente também o doutorado que tem como tema um dos projetos da biorrefinaria da Suzano. O investimento para instalação da planta-piloto foi de R$ 1 milhão, obtido da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A previsão é que entre 2013 e 2014 a biorrefinaria esteja instalada, mas a escolha do local ainda está em estudos.
A pesquisa desenvolvida durante a iniciação científica de Mariana Domingues Mendonça, de 25 anos, facilitou o seu acesso à Suzano, onde trabalha como pesquisadora há dois anos e meio. “Estudava o desenvolvimento de embalagens em papel-cartão à base de polímeros naturais”, relata Mariana, que fez engenharia química na Unicamp. No laboratório, ela analisava as propriedades de barreira à água e ganho de propriedade física para o papel. Num curso de inovação na universidade a orientadora de Mariana, Telma Teixeira Franco, conheceu Fábio Carucci, que se interessou pelo projeto, mas o foco da pesquisa mudou para um papel com barreira à gordura. Após seis meses de estágio na Suzano, na área de papel e papel-cartão, ela foi contratada.
Na outra frente de atuação, foi criada em 2010 a empresa Suzano Energia Renovável para produzir pellets de madeira – partículas desidratadas e prensadas com alto poder calorífico –, que podem ser usados como combustível para caldeiras residenciais, industriais e usinas termelétricas. Para a produção de energia, foi feita uma seleção de clones de eucalipto que permite o plantio de maior número de árvores por hectare e com ciclo reduzido de colheita, entre dois e três anos. O ciclo do eucalipto plantado para papel e celulose é de cerca de sete anos. A produção em escala industrial, que será destinada ao mercado externo, está prevista para ter início em 2014, com capacidade de produção de 3 milhões de toneladas ao ano de pellets.
A Suzano tem investido fortemente em inovação aberta (open innovation) e trabalhado em conjunto com diversas empresas, universidades e institutos de pesquisa. Entre os parceiros mais constantes estão Unicamp, USP São Carlos, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), UFV, além da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, o Centro Técnico do Papel, na França, o Instituto de Recursos Naturais e Agrobiologia de Sevilha, na Espanha, o Centro de Pesquisas Técnicas da Finlândia e a Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.  “Temos hoje em contrato 51 parcerias externas”, relata a engenheira florestal Elenice Pereira Maia, responsável pela prospecção de novos projetos da área de pesquisa industrial.
Em março de 2008 a Suzano colocou em prática a sua nova estratégia de pesquisa e negócios. “Fizemos uma revisão dos nossos processos e começamos uma mudança importante, que é nos ver mais como uma empresa de base florestal”, diz Carucci, formado em engenharia química na Universidade Mogi das Cruzes (UMC), com MBA em gestão empresarial na Faculdade Getúlio Vargas (FGV), especialização em impressão gráfica na USP e em gestão estratégica da inovação tecnológica na Unicamp.  “A Suzano sempre investiu em P&D, mas percebemos que poderíamos ser ainda melhores se tivéssemos claro um processo de inovação dentro da companhia.”
Uma consultoria foi contratada para ajudar no processo de mudança, que levou 15 meses para ser construído e implementado. “A estratégia era tão forte e a velocidade de implementação tão grande que 90% dos projetos que estavam em andamento foram suspensos”, relata Carucci, que está há 28 anos na empresa. “Recomeçamos praticamente do zero.” Entre as várias linhas de pesquisa que passaram a fazer parte do portfólio de projetos estão biotecnologia, melhorias de clones de eucalipto, redução de custos, aumento de produtividade, novas aplicações para celulose, novos produtos químicos em substituição ao petróleo a partir da madeira, nanotecnologia e biorrefinaria.
A construção do processo começou com uma pergunta feita para a diretoria da Suzano: “Para onde a empresa quer ir nos próximos 10 a 15 anos?”. Externamente, foram feitas 51 entrevistas, com a questão: “Onde você vê o segmento de papel e celulose no futuro e quais seriam as suas apostas tecnológicas para esse setor nos próximos 10 anos?”. Entre os entrevistados estavam integrantes da cadeia de valor da empresa (fornecedores, produtores, distribuidores), centros de pesquisa no mundo inteiro, outras empresas, setores regulatórios e do governo. “Internamente queríamos saber a direção a ser tomada e externamente como chegar lá”, diz Carucci. “Foi um processo riquíssimo, porque no final tínhamos metas claras para papel, celulose, floresta e, com isso, construímos uma estratégia de crescimento acelerado para os próximos 10 a 15 anos.”
© LÉO RAMOS
Químico Sérgio Saraiva faz pesquisas em laboratório de P&D da empresa
Cerca de 30% dos projetos da carteira atual são os chamados radicais – energia renovável, química a partir da madeira, biorrefinaria. Eles são a aposta da empresa para que ocorra lá na frente um substancial salto no crescimento. O restante é composto por projetos incrementais, que tratam de pequenas mudanças nos produtos e processos produtivos e serão responsáveis pelo crescimento contínuo na primeira fase.
Cada uma das duas áreas de pesquisa – industrial e florestal – conta com um gerente executivo, um consultor para avaliação de projetos e um assistente de P&D, responsável pelo orçamento e pela prospecção de novos projetos. As equipes se dividem em áreas de pesquisa com uma visão de mercado, e não por tecnologia, como costuma ocorrer no meio empresarial. “Temos uma equipe dedicada a celulose e novos negócios, outra para papel e papel-cartão para embalagens, uma terceira que desenvolve novos insumos e uma equipe que cuida da prospecção de projetos e inovação”, diz Carucci. Não há divisão entre técnicos e pesquisadores, porque o trabalho é feito em conjunto. Eles se organizam de acordo com os projetos, por conta própria, já que não existe um chefe de laboratório.
O processo de inovação se dá por meio de prospecção tecnológica, que identifica e seleciona as parcerias. “O mapeamento de oportunidades é feito com ferramentas específicas”, diz Elenice Maia, com mestrado e doutorado em celulose pela UFV. Uma delas, por exemplo, é a compra de serviços de prospecção que dão acesso a uma rede mundial de pesquisadores em universidades e institutos de pesquisa. A primeira vez que o serviço foi utilizado a Suzano recebeu em seis semanas 62 propostas de pesquisadores como resposta a um desafio tecnológico. Dessas foram escolhidas cinco, que resultaram em novos projetos para a empresa.
“A competitividade do Brasil em celulose está fundamentada na nossa competência em fazer florestas de eucalipto bastante produtivas”, diz Carucci. Os plantios brasileiros de eucalipto produzem uma quantidade de biomassa maior do que no resto do mundo por uma série de razões, que envolvem desde clima, disponibilidade de terra, além da competência florestal das empresas do setor, baseada na habilidade de escolher as matrizes mais adequadas para cada região de plantio. O país produz, em média, 41 metros cúbicos de celulose (m³) por hectare. “Temos eucaliptos plantados hoje que produzem 50 mpor hectare e clones com valores de 100 m3”, relata Milanez.

terça-feira, 19 de junho de 2012

IMPORTAÇÃO PRODUTOS QUÍMICOS!!!


Importações de produtos químicos crescem 14,3% e somam US$ 3,5 bilhões em maio
O Brasil importou US$ 3,5 bilhões em produtos químicos no mês de maio, maior valor
mensal registrado em 2012. Em relação a abril, o crescimento nas compras externas é de
14,3%, mas há queda de 2,7% na comparação com maio de 2011. De janeiro a maio, foram
importados cerca de US$ 15,8 bilhões, 3,3% a mais do que no mesmo período do ano
passado.
As exportações brasileiras de produtos químicos alcançaram US$ 1,3 bilhão em maio,
o que representa um crescimento de 7,5% em relação a abril. No acumulado do ano, até maio,
as vendas externas somam US$ 6,2 bilhões, valor 2,0% superior ao do mesmo período do ano
passado.
 “Apesar de as importações de produtos químicos estarem retomando gradualmente o
ritmo observado ao longo de 2011, e de as exportações apontarem estabilidade, o fraco
desempenho da indústria de transformação brasileira nos primeiros meses de 2012 e
incertezas quanto ao cenário econômico mundial nos próximos meses são fatores que não
permitem um diagnóstico mais consistente do comportamento da balança comercial de
produtos químicos até o final do ano”, aponta a diretora de Comércio Exterior da Abiquim,
Denise Mazzaro Naranjo.
De janeiro a maio, o déficit chegou a US$ 9,6 bilhões, valor 4,1% superior ao do
mesmo período de 2011. O déficit acumulado nos últimos 12 meses, de junho de 2011 a maio
de 2012, é de US$ 26,9 bilhões.  
Os produtos químicos representaram  17,3% do total de US$ 91,6 bilhões em
importações e 6,3% dos US$ 97,9 bilhões em exportações realizadas pelo País de janeiro a
maio. As importações de produtos químicos movimentaram 11,1 milhões  de toneladas, ao
passo que o volume das exportações chegou a 5,7 milhões de toneladas.
SP, 13/06/12 
Éder da Silva 
Equipe de Assuntos de Comércio Exterior - Abiquim